A simulação de demissão para receber o seguro-desemprego é uma prática ilegal que pode trazer graves consequências para empregadores e trabalhadores. Além de configurar crime, essa fraude pode resultar em sanções financeiras e até mesmo processos criminais.
Recentemente, um caso na Justiça condenou um empresário e um ex-funcionário por falsificar a rescisão de contrato para acessar o benefício indevidamente. Essa decisão reforça a fiscalização rigorosa sobre esse tipo de fraude.
Se você é empregador ou trabalhador, continue lendo para entender os riscos e como agir dentro da legalidade.
O Que Diz a Lei Sobre a Demissão Simulada?
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) define regras claras sobre a rescisão contratual e o direito ao seguro-desemprego, um benefício destinado apenas a trabalhadores dispensados sem justa causa.
Quando ocorre uma simulação de dispensa, configurando fraude previdenciária, a prática pode ser enquadrada como estelionato (art. 171 do Código Penal), com pena de 1 a 5 anos de reclusão e multa.
Código Penal – Art. 171:
“Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.”
Como a Fraude Costuma Acontecer?
A fraude ao seguro-desemprego ocorre de diversas formas, sendo as mais comuns:
❌ Demissão fictícia: O trabalhador é formalmente dispensado, mas continua trabalhando.
❌ Recontratação ilegal: Após receber o benefício, o empregado é recontratado.
❌ Rescisões sucessivas: O empregador demite o funcionário várias vezes para que ele possa sacar o benefício repetidamente.
❌ Forja de dispensa: O empregador simula a demissão sem justa causa, mas desconta valores das verbas rescisórias.
Essa prática pode ser facilmente identificada por órgãos como o Ministério do Trabalho e o INSS, que analisam padrões suspeitos em registros trabalhistas.
Consequências Para o Empregado
O trabalhador que participa da fraude pode enfrentar:
Perda do seguro-desemprego e impedimento de solicitar novas parcelas. Obrigatoriedade de devolver os valores recebidos indevidamente. Investigação criminal e risco de condenação por estelionato. Dificuldades para conseguir emprego formal, devido ao histórico de fraude.
Caso o benefício tenha sido recebido de forma irregular, o trabalhador pode ser obrigado a devolver o dinheiro e responder a um processo criminal.
Consequências Para o Empregador
O empresário que facilita esse tipo de fraude também pode sofrer penalizações severas:
⚠️ Multas pesadas e sanções administrativas.
⚠️ Responsabilidade criminal por fraude contra a Fazenda Pública.
⚠️ Fiscalização mais rigorosa pelo Ministério do Trabalho.
⚠️ Processos administrativos para restituição dos valores pagos indevidamente.
A empresa também pode ter sua reputação prejudicada, perdendo credibilidade no mercado.
Como Evitar Problemas e Manter a Conformidade?
Tanto empregadores quanto trabalhadores devem seguir as normas trabalhistas para evitar complicações legais:
✔️ Empregadores: Realizem admissões e demissões conforme a lei.
✔️ Empregados: Recusem participação em fraudes e denunciem práticas abusivas.
✔️ Consultoria jurídica: Um advogado especializado pode orientar empresas e trabalhadores a evitarem riscos.
Conclusão
O seguro-desemprego é um direito importante, mas deve ser utilizado de forma correta. A demissão simulada é um crime que pode resultar em processos, multas e bloqueios de benefícios.
Se você tem dúvidas sobre rescisão contratual e direitos trabalhistas, entre em contato com um advogado especializado para evitar complicações legais.
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